Olá!
Já passaram 19 dias de janeiro. Como te sentes?
Para mim, e para muitos, é um mês de várias emoções. Por um lado, janeiro é um mês de “difícil trato”, com frio e dias curtos. Há quase um sentimento de ressaca após um dezembro mais “quente”, emocionalmente falando, com mais encontros, mais conexão e até maior compreensão pela menor “produtividade” que muitos sentem, dado o dinamismo da agenda social.
Mas depois, comem-se as passas, brinda-se, deseja-se o melhor para o novo ano… e termina a azáfama festiva. Voltamos ao dia-a-dia galopante, às horas que passam a voar, às semanas que parecem intermináveis, e as resoluções de ano novo ficam, muitas vezes, em último lugar na lista de prioridades.
São muitas as pessoas que apenas mudam o ano da lista de resoluções para o novo ano, porque simplesmente não conseguem concretizar o que “desejaram” naquela noite. A mudança não é fácil, muito menos em meses como Janeiro, quando tudo parece mais pesado, mais intenso. É sempre mais confortável ficar na mesma.
É aqui que entra a honestidade. Durante anos, poucas foram as vezes em que me confrontei com a seguinte pergunta: “Estou a ser honesta quando faço isto? Estou a ser honesta quando desejo isto?” À primeira vista, até poderia responder: “Claro que sim.” Mas sabem aquela história de querer ganhar muito dinheiro e comprar um bilhete de lotaria? De optar pelo atalho, em vez de estabelecer um plano que me faça chegar a esse objetivo de forma intencional, dependendo apenas de mim? A probabilidade de falhar é enorme. “Não tive sorte” é a resposta típica de quem, na verdade, não está genuinamente comprometido com chegar ao objetivo. E quem fala em “ganhar muito dinheiro”, fala em ter “mais tempo para mim”, “mais motivação no meu trabalho”, “fazer mais exercício”. Não basta inscrever-me no ginásio, é preciso lá ir e fazer exercício. Não basta dizer que preciso de mais tempo para mim aos outros, é preciso colocar essa responsabilidade em nós, garantindo que dizemos “não” a mais uma “reunião rápida”.
Imaginem que têm muita fome. Precisam de comer alguma coisa antes de se sentirem a desmaiar. Certamente não comprariam uma rifa que vos desse a possibilidade de ganhar um cabaz recheado de coisas boas. Iríamos, sim, ao frigorífico ou à despensa buscar algo para comer. Porque a necessidade de satisfazer essa fome seria urgente.
O meu convite para hoje é regressares à tua lista de resoluções/intenções/objetivos — ou até às notas mentais que fizeste no início do ano — e perguntares a ti próprio(a): “Terei sido verdadeiramente honesto(a) nesta lista? Será que é isto mesmo que eu quero?”
É possível que algumas dessas resoluções caiam por terra após essa reflexão. E está tudo bem. Outras poderão sobreviver, e são essas que deves prioritizar nos próximos dias. Não sejas demasiado exigente contigo mesmo(a), até porque ninguém consegue equilibrar tantos pratos ao mesmo tempo – só os acrobatas e fazem disso o seu ganha-pão. Reflete de forma consciente e honesta, e até com alguma compaixão. Se tivesses que ajudar um amigo a formular uma nova intenção ou objetivo para este ano, o que lhe dirias?
Eu diria — e digo-te — o seguinte: qual é a ação mais pequena, a mais fácil, que podes fazer hoje para te aproximar da tua resolução? O que podes fazer hoje, que demore apenas 2 minutos, para começares a ser o que tencionas ser? A teres o que tencionas ter? Tens 1440 minutos por dia. Desses minutos, quantos conseguirias abdicar (ou investir) já amanhã rumo ao teu objetivo? Não sejas demasiado exigente contigo, lembra-te de ser radicalmente honesto(a). Começa por 2 minutos por dia.
Dou-te o meu exemplo. Gostava muito de aprender a tocar piano. Adoraria tocar 3 ou 4 músicas fluentemente, sem erros nem hesitações. Ainda não estou lá, mas espero que em dezembro de 2025 consiga tocar essas músicas para a minha família. Primeiro porque as teclas do piano acalmam-me e fazem-me entrar numa espécie de meditação ativa: todos os pensamentos se desligam e os meus dedos fluem. Segundo, porque gostaria de inspirar os meus filhos a aprenderem a tocar um instrumento musical, e acredito no pensamento de Mahatma Gandhi: “Sê a mudança que queres ver no mundo.”
Nos primeiros dias de Janeiro, parecia que nunca tinha pensado ou escrito aquela intenção. Num dos últimos dias, perguntei-me se queria realmente atingir aquele objetivo. A resposta foi: “Sim!” Então, pensei numa pequena ação que poderia começar a partir daquele dia para alcançar o meu objetivo. Coloquei um alarme no telemóvel para me lembrar de tocar piano todos os dias. Instalei uma aplicação chamada “Atoms” para registar cada vez que cumpro essa ação. Esse registo tem sido um grande incentivo a continuar.
Então, lanço-te um desafio para ti esta semana:
- Regressa às tuas resoluções de ano novo.
- Tira 5 minutos para refletir ou escrever sobre as tuas necessidades atuais.
- Compara-as com as tuas resoluções de ano novo e reajusta o que for necessário, com total honestidade. O que sentes que está em falta? O que precisa de ser urgentemente atendido dentro de ti, por ti?
- Define um pequeno passo, simples, muito fácil, que possas dar amanhã para te aproximares do que precisas.
- Partilha nos comentários ou com um amigo. Isso irá criar um compromisso ainda maior contigo próprio.
Rodeia-te das pessoas que te podem ajudar nesta resolução. Pede-lhes ajuda, sugestões, incentivos. Não estamos sozinhos.

O que vais começar a fazer amanhã rumo à tua resolução de ano novo?
Aceitas este convite?
Desejo-te boas pequenas ações, rumo à pessoa que te queres tornar!
Até breve,
Olga