9

Estamos no mês do Natal. Os incentivos ao consumo estão em toda a parte e já começaram na “herdada” Black Friday do mês passado. A nossa sociedade está construída sobre estes alicerces de utilização desenfreada dos recursos que nos foram oferecidos.

Temos coisas a mais. E continuamos a querer ter mais. Continuamos a abrir e a oferecer presentes que não precisamos. Mas era o amigo secreto e é a tradição. Mas são crianças e os quatrocentos brinquedos não chegam porque “não são novos”.

E atenção, contra mim falo. Eu adoro dar presentes, pensar no que aquela pessoa precisa ou aprecia, escolher com cuidado, imaginar algo que vai fazer os olhos dela brilhar.

É um desafio para os mais favorecidos.

Mas há muitos que não têm muita coisa. Há muitos que lhes falta tudo. E não precisamos de ir longe. Em 2023, havia 1 milhão e 760 mil pessoas a viver em pobreza em Portugal.

Então hoje gostava de apelar ao donativo. O donativo, ou dádiva, é mais do que um ato altruísta. O donativo é um gesto simbiótico. Faz bem a nós e ao outro.

Doar, ativa partes do nosso cérebro que estão associadas ao prazer, como o sistema de recompensa, aumentando a produção de dopamina e oxitocina. Estas hormonas ajudam a reduzir o stress e a aumentar os nossos níveis de felicidade. Para além disso, um donativo vem fortalecer as nossas relações sociais, o nosso impacto na comunidade.

Um donativo não precisa de ser algo significativo. Não precisamos de passar um cheque com uma quantia avultada. Podemos sim procurar roupa que já não utilizamos, brinquedos, sapatos, móveis, e doar a instituições que façam a recolha e entrega dos mesmos. Ou oferecer a quem saibamos que precisa.

Podemos ir à despensa e selecionar alimentos que não nos façam falta e entregar num centro social ou numa igreja próxima.

Se não queremos ou não temos bens materiais que possamos doar, podemos doar o nosso tempo para realizar trabalho voluntário na recolha deste tipo de bens, ou para uma conversa com um amigo. Podemos doar as nossas habilidades ou competências para ajudar outra pessoa a crescer, como a começar o seu próprio negócio. Podemos doar sangue.

Doar está acessível a todos. Quando oferecemos algo, seja tempo, energia e atenção, recebemos gratidão, propósito e conexão. Esta reciprocidade lembra-nos o que no correr dos dias nos esquecemos: não estamos sós, estamos todos ligados. Basta querer.

Aceitas este convite?

Desejo-te bons donativos.  

Até já,

Olga

Leave a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Scroll to Top