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O que têm em comum a zona de chegadas de um aeroporto e uma urgência hospitalar?

O meu passado em infeciologia diria “microrganismos”, como vírus e bactérias.

Mas hoje quero focar-me em algo igualmente contagioso.

Têm Emoções. Muitas. Emoções fortes, daquelas que nos reviram o estômago. Que nos fazem sentir grandes ou pequenos. Que nos devolvem ou nos tiram. Que nos enchem os olhos de lágrimas, sejam de alegria ou de profunda tristeza.

Na vivência destas emoções, não nos poupamos a abraços, a palavras, a manifestações do que sentimos. Sentimos, abraçamos, dizemos, e pronto. Não estamos com meias palavras, tocamos, puxamos para nós, agarramos a mão, fazemos. As emoções tomam-nos os movimentos. Porque sentimos falta daquela pessoa. Ou porque ela está a regressar de longe de nós ou porque está em risco de ficar longe de nós.

Os sentimentos estiveram sempre lá. Mas nestes dois locais, habitualmente não hesitamos em exprimi-los, em manifestá-los.  

Muitas vezes protegemo-nos destas manifestações por medo de que não sejam bem recebidas ou correspondidas. A nossa sociedade também não incentiva esta partilha de emoções. Talvez porque a vulnerabilidade de abrir o coração parece estar associada a fraqueza e vergonha. E há sempre qualquer coisa para fazer. Amanhã digo. Mais tarde faço.

A única garantia que temos é este momento. Daqui a 5 minutos a nossa vida pode estar completamente diferente.

Expressar o que sentimos tem tantos benefícios para nós como para os outros. Quando partilhamos o que sentimos, estamos a incentivar abertura e reciprocidade. Fortalecemo-nos enquanto indivíduos, mas também as nossas relações. Aumentamos a confiança em nós e nos outros. Porque é preciso coragem para nos vulnerabilizarmos.

Se todos disséssemos o que sentimos, o mundo seria um sítio melhor, mais empático.

Estamos em Dezembro, e Dezembro é o mês das emoções. A maioria está mais recetivo a estes momentos de coragem. Por isso, hoje escolhe uma pessoa importante para ti e diz-lhe o que sentes por ela.

António Feio, numa altura em que já sabia não lhe restar muito tempo neste nosso planeta, disse-nos o seguinte: “Aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros. Apreciem cada momento. Agradeçam e não deixem nada por dizer, nada por fazer”.

Aceitas este convite?

Desejo-te boas partilhas de emoções.

Até já,

Olga

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