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O mês de dezembro é um mês de reencontros. Reencontros com amigos nos cento e trinta e sete jantares de Natal. Reencontros com a família alargada para a consoada ou dias seguintes.

Conexões que se voltam a estabelecer e nos deixam de coração quentinho. Esse aquecimento generalizado da população deixa-nos mais sensíveis a atos de bondade ou gentileza. E eu não sou moralista para defender que deveria de ser assim todo o ano. Prefiro valorizar essa bondade quando ela surge, em vez de criticar a sua intermitência ou sazonalidade. A bondade é como as cerejas: aparecem quando têm de aparecer. O que seria se eu fosse discutir com a cerejeira sobre a razão pela qual ela só satisfaz os meus desejos uma vez por ano?

Estamos na época da bondade. E a bondade é contagiosa. Veja-se quando alguém nos deixa entrar na rotunda após vários segundos de espera. Mais à frente, serei eu a dar a vez, orgulhosa e a pagar a dívida que me deixaram. A passar a “batata quente”. Porque se serve quente, é assim que é servida a comida de conforto. E a bondade faz-nos sorrir, faz-nos sentir aquele calorzinho da felicidade. Sem calorias.

As pessoas felizes estão mais motivadas a fazerem atos de gentileza para os outros. Existem pessoas naturalmente boas que praticam atos de gentileza durante todo o ano. Que são voluntários numa associação, que sorriem genuinamente para desconhecidos que encontram na rua, no supermercado, no trânsito.

Mas não é a maioria a que tive acesso. 

E os outros que são vítimas de gentileza, mais rapidamente mudam o seu estado anímico para a felicidade.

Por isso, hoje desafio-te a realizar quatro atos de gentileza, para além dos que já fazes habitualmente. Não precisa de ser nada exagerado ou demorado. Pode ser um simples “bom dia, como está?” genuíno e interessado, a alguém com quem não falas habitualmente. Pode ser uma nota de agradecimento a alguém que te atende sempre num restaurante. Pode ser deixar um café pago para um desconhecido que venha a seguir. Ou dar uma boleia a alguém que o vai valorizar. Ou fazer uma dádiva de sangue. Ou oferecer uma refeição a alguém que precise. Ou fazer um elogio sincero e que nunca foi dito. O único requisito é ter impacto no outro. 

E o melhor de tudo é que vai ter impacto em ti também. 

Regista esses momentos. Pode ser através de uma fotografia, uma partilha com um amigo, uma reflexão num caderno. Mas não deixes de celebrar e eternizar esses momentos de bondade. Será um incentivo para continuar.

Aceitas este convite?

Desejo-te momentos de gentileza contagiantes.

Até já,

Olga

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