Este ano conheci várias pessoas. Não foi um conhecer normal, foi um conhecer com alguma profundidade. Precisei de conhecer pessoas novas, diferentes das que estavam na minha vida para acompanhar a mudança a que me propus. Não foi intencional, mas inconsciente. Sem me aperceber, procurei conhecer pessoas que, de alguma forma, me poderiam ajudar no caminho da mudança. Mudança de mindset, de perspetiva, de crenças, abertura de horizontes.
Conhecer uma pessoa nova é como ler um livro. Saber a sua história envolve tempo. Não é num “Olá, tudo bem?” “Tudo!” que sabemos como é que aquela pessoa chegou até nós. Existem tantos cruzamentos, decisões, mudanças de direção, subidas e descidas que a levaram até ali, que é exatamente como ler um livro. Mas é preciso disponibilidade e nem toda a gente quer conhecer pessoas novas. Porque os de sempre são confortáveis. Não dão “pano para mangas” de conversa porque há muita coisa que já sabem. Mas será que sabem? Será que muitas vezes nos calamos com medo do que os de sempre pensarão de nós? É difícil não julgar quando conhecemos. Sobretudo quando queremos mudar. “Estás tão bem assim”, “Precisas é de ir de férias”, “Vamos marcar um café para desabafares porque acho que é isso que te falta”. Se calhar não estou, não preciso, nem quero. Mas os que nos conhecem desde sempre assumem que não vamos mudar nunca. Que os nossos valores não se irão reordenar, que os nossos gostos não se vão apurar ou amplificar, até porque a mudança é difícil não só para quem muda, mas para quem vê. É estranho, é diferente e desconfortável. O desconhecido é desconfortável.
Conhecer uma pessoa nova é refrescante. Também é alucinante, às vezes, e faz-nos questionar sobre o que acreditamos. Mas sinto sempre que ganho tanto com uma nova história, uma nova perspetiva, ganho mundo. Acredito que é como viajar e viver noutro local, conhecer novas culturas, novos sabores e aromas.
Hoje o desafio é um verdadeiro convite a sair da zona de conforto: Conversa com um desconhecido. Eu bem sei que não é simples, principalmente quando nos imaginamos a abordar alguém na rua para conversar. Pode ser assim, mas não precisa de ser. Podes falar com alguém com quem treinas no mesmo ginásio, pode ser falar com alguém da receção, com a senhora da caixa, com o empregado de mesa, com alguém das redes sociais que admiras, com um colega de trabalho novo com quem não trabalhas diretamente. A lista é infindável. Escolhe e vai falar com essa pessoa, dedica a tua atenção plena durante alguns minutos.
Sabes o que descobri? Que todos temos mais coisas que nos unem do que nos separam.

Aceitas este convite?
Desejo-te boas conversas.
Até já,
Olga