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Tenho o privilégio de viver perto do mar. É um refúgio que encontrei nos últimos anos e que me traz perspetiva. Uma perspetiva sobre o meu tamanho e o tamanho dos meus problemas. Quando me coloco perto do mar, tudo encolhe. E depois penso no meu tamanho no Universo, no Cosmos. Se até o mar é pequenino quando comparado com eles, eu sou menor que um grão de areia. Sou um átomo.

E assim, tudo se silencia. A grandiosidade do mar, a sua força e vibração dissolvem qualquer inquietação que eu tenha. A minha sorte é que o mar está sempre aqui para me limpar a mente e a colocar no sítio certo.

E reparei ontem, quando lá fui, que não consigo deixar de lhe tirar uma fotografia sempre que o vejo. Talvez não a revisite nunca mais. Mas sinto esta necessidade. De capturar esta beleza natural que chega a emocionar-me. 

Isto também me acontece com outras coisas e momentos. Quando vejo uma gargalhada dos meus filhos, por exemplo. Quando vejo um pôr-do-sol que me paralisa. Quando vejo as luzes de Natal acesas. Quando aquele momento é tão belo que eu sinto necessidade de o registar para além da minha mente. Uso o meu telemóvel para me ajudar a relembrar-me daquele momento, quando já o tiver esquecido.

E isso ajuda-me a perpetuar bons momentos, a prolongar sensações que poderiam ter terminado ali. A colocar uma vírgula, um “isto não acaba aqui”, um “guardar para mais tarde”. Nunca se sabe quando iremos precisar de ver o mar, e ele poderá não estar tão perto. E aquela gargalhada pode nunca mais ser a mesma, no mesmo timbre, com a mesma intensidade e honestidade. E as luzes de Natal só se ligam por pouco mais de dois meses. E eu adoro luzes.

Por isso, o desafio de hoje é tão simples quanto isto: tira uma fotografia a algo belo. Será uma espécie de dois em um: primeiro, irás ter de estar atento(a) ao que te rodeia para encontrar algo que mereça uma fotografia. Depois, tira a melhor fotografia que conseguires. E guarda-a. Podes até utilizá-la como fundo do ambiente de trabalho ou do teu telefone. Revisita-a sempre que precisares de contemplar algo que te relembre a verdadeira relevância das coisas.

Aceitas este convite?

Desejo-te bons clicks.

Até já 

Olga

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